7 de jul. de 2015

E, de repente, meu filho cresceu.

Hoje, vendo você desaparecer das minhas vistas, rumo a uma viagem internacional, sozinho, passei por uma avalanche de emoções e lembranças. Assim como os filhos crescem, também é preciso crescer como mãe. E crescer dói, dá medo. Dá vontade de colocar a cria de volta na barriga e deixá-la lá, protegidinha, dependendo só dos nossos cuidados. Mas o tempo passa e você se tornou um homem que, em pouco mais de 1 mês, vai completar 18 anos. Num piscar de olhos, saiu de debaixo das minhas asas, livre, para as asas de um avião.

E eu ali, fazendo pose de segura. Mas foi só você virar as costas que eu chorei. Chorei de medo, de emoção, de alegria, uma misturada danada. Pode parecer um exagero para quem vê de fora, um drama idiota, mas tudo que é novo é um degrau difícil de subir para uma mãe. E no check in? Eu fazendo as perguntas mais estúpidas, na esperança de que o profissional do guichê falasse algo que acalmasse meu coração. Mas foi em vão... Nada do que ele dissesse poderia expulsar aquele mantra do meu pensamento: "meu bebê cresceu e está indo viajar sozinho"! Meu bebê de 1,83 de altura rs :-)

Lembrei do seu primeiro dia no Santo Agostinho. Você saiu de um colégio pequeno, com poucas crianças na sala, para um grande, lotado de gente. Não posso esquecer a sua carinha ao se despedir e entrar na fila. Você olhou com expressão assustada como quem pedia socorro: "mãe, fica comigo, não vai embora." Eu virei as costas e fui, fingindo que estava tudo bem, mas meu coração ficou ali, apertadinho! A vontade era de arrancar você dali e te proteger. E lá se foi você, olhando pra trás, engolindo o choro e vencendo mais uma nova etapa.

Lembrei também do primeiro dia em que eu deixei você sair sozinho. Foi até a banca de jornal, no mesmo quarteirão, pra comprar figurinha do Pokemon. A minha dor de barriga era tanta, que devia superar a sua. Fiquei acompanhando você com os olhos até você virar a esquina e sumir.



E a tensão foi a mesma de hoje, ao ver você seguir para o embarque. Achei que aqueles 10 minutos até o jornaleiro pareceram 40. Porque são milhões de pensamentos por segundo. A quantidade de coisas absurdas que passam pela cabeça... É como se, na vida, uma mãe passasse por diversos partos.

Um dia, meu Breno, meu amor, você vai levar seu filho até a entrada de embarque e, com certeza, vai lembrar desse dia. Vai passar pela mesma tensão que eu passei, sentir o mesmo frio na barriga que eu senti e vai se orgulhar de ver seu filho voar, assim como eu me orgulho de você.


E, de repente, meu filho cresceu.

Hoje, vendo você desaparecer das minhas vistas, rumo a uma viagem internacional, sozinho, passei por uma avalanche de emoções e lembranças...